NaÀra: Contos de Resistência é, ao mesmo tempo, uma proposta de entretenimento interessante e fora do padrão, além de um jogo que tenta aprofundar uma leitura menos eurocentrista da história do Brasil.
Com uma indigena da nação Tupinambá no papel de protagonista, o jogo se propõe a passar, com um toque de fantasia e misticismo, por várias épocas e conflitos da nossa história, onde a desigualdade social crônica do nosso país fica ainda mais escancarada.
Os desafios da heroína pelo espaço-tempo levarão a conhecer os oprimidos de várias épocas, como os indígenas e os africanos escravizados, dando uma representatividade a essas causas e a essas histórias, que dificilmente acontece dentro dos games (ou mesmo das aulas de história).
Vamos falar um pouco mais sobre o que esse jogo promete, além de algumas informações sobre o jogo e impressões do trailer, além de mais sobre a empresa responsável por um projeto tão diferente da maioria.
Em que aspectos NaÀra: Contos de Resistência pode ser considerado um jogo fora da curva?
O jogo traz uma característica extremamente interessante, pois tem uma protagonista indígena (e mulher) e ainda desafia um conceito que vem sendo o padrão de jogos com fundo educacional, de serem pouco interessantes, desafiadores e divertidos. Esse não é o caso, pelo menos até onde o trailer foi capaz de mostrar.
O jogo assume o foco de outras visões da historiografia tradicional brasileira, mostrando o ponto de vista das comunidades oprimidas em todos os momentos.
Ou seja, a indígena vai viajar pelo tempo, mas vai continuar ao lado dos menos favorecidos em todos os cenários.
O mais interessante sobre esse jogo é que ele tem uma intenção, que eu considero a mais interessante de todo o projeto: apresentar esse conteúdo denso e polêmico, que sem dúvida vai ser criticado dentro de certos círculos, inserido dentro de um gameplay que parece bem feito e fluído, de acordo com as informações disponibilizadas na página da Steam do jogo.
O que podemos dizer sobre o jogo, mecanicamente falando?
Mecanicamente, NaÀra: Contos de Resistência é um o jogo platformer roguelike em 2D, onde um dos segredos do sucesso será o uso estratégico das diversas habilidades que a NaÀra possui.
Essas habilidades vão ajudar a personagem a passar por todas as dificuldades e quebra cabeças do cenário, no melhor estilo Celeste e outros Metroidvania com elementos stealth.
Além de modificar o fluxo do espaço e do tempo, ainda existirá a chance de usar flechas de energia diferentes,voar com o manto Tupinambá e usar ainda sua capacidade física, que será medida em uma barra de fôlego, de forma parecida com o que acontece com Shadow of The Colossus.
Em resumo, teremos um jogo interessante, repleto de segredos, desafios e chances de enfrentar desafios usando diferentes habilidades.
O que podemos comentar sobre o projeto? Quem está por trás dele?
O projeto, neste momento, está no chamado Early Acess, onde o jogador interessado paga apenas R$16,59 e tem acesso a uma versão ainda não terminada, mas com uma parte considerável do jogo já desenvolvida.
Ao se interessar pelo Early Acess, você se torna quase um beta tester do jogo, pois a Rebuliço Studios, criadora do jogo, já avisou que, além de pagar menos no jogo, quem adquirir o jogo no early acess ainda vai ter acesso ao conteúdo finalizado e poderá ajudar, encontrando bugs, sugerindo modificações e se envolvendo mais diretamente nesse processo
A Rebuliço é uma produtora multimídia que tem em seu DNA o trabalho social e valorização da cultura nacional, juntamente com o entretenimento.
Com vários projetos, que variam entre eventos, filmes e artistas musicais, NaÀra: Contos de Resistência é o primeiro projeto em games da agência.
Aprovado em editais culturais, esse projeto tem potencial de se tornar um marco interessante dentro da produção nacional, que costuma seguir caminhos de roteiro bem diferentes dos usados aqui.
Confira mais detalhes sobre e colabore com esse projeto cheio de representatividade.