A rivalidade que moldou o gênero FPS
Desde os anos 2000, Battlefield e Call of Duty disputam a supremacia do mercado de jogos de tiro em primeira pessoa (FPS).
Enquanto Call of Duty sempre apostou em campanhas cinematográficas e ação frenética, Battlefield construiu sua reputação com mapas massivos, veículos e combates em larga escala.
Em 2026, essa disputa ganhou novos contornos com o lançamento do REDSEC, modo battle royale gratuito de Battlefield 6, reposicionando a franquia da EA frente à força ainda dominante de Call of Duty: Warzone 2.
2. Estruturas diferentes, públicos diferentes
Apesar de parecerem semelhantes, Battlefield e Call of Duty têm DNA e públicos distintos.
| Elemento | Battlefield | Call of Duty |
|---|---|---|
| Desenvolvedora | DICE / Electronic Arts | Infinity Ward, Treyarch, Sledgehammer / Activision |
| Estilo de jogo | Estratégico e cooperativo | Rápido e individual |
| Tamanho de mapa | Enorme (até 128 jogadores) | Médio (6v6, 150 em Warzone) |
| Experiência | Realismo, destruição, veículos | Ação constante e fluidez |
| Comunidade | Jogadores táticos e imersivos | Jogadores competitivos e casuais |
| Atualizações | Mais espaçadas e pesadas | Constantes e sazonais |
A experiência em Battlefield é construída sobre imersão e cooperação, enquanto Call of Duty se apoia em ritmo, acessibilidade e progressão rápida.
3. A virada com o REDSEC
O lançamento de REDSEC, o modo battle royale gratuito de Battlefield 6, foi o ponto de virada.
Com lançamento surpresa em outubro de 2025, o jogo alcançou meio milhão de jogadores ativos em um único dia.
Essa iniciativa colocou Battlefield frente a frente com Warzone, mudando a percepção do público:
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Gratuito e acessível;
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Progressão cruzada com Battlefield 6;
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Visual e física superiores;
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Estrutura de servidor estável e anticheat reforçado.
Mas os desafios continuam. Apesar dos números expressivos, muitos jogadores ainda consideram o modo muito semelhante ao Warzone, exigindo mais inovação e identidade própria.
4. Call of Duty: a máquina de conteúdo
Enquanto a DICE apostou em um novo produto, a Activision manteve o modelo de franquia anual com integração entre títulos:
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Warzone 2 segue ativo com eventos e colaborações (como Marvel, Dune e The Boys).
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Modern Warfare III e Black Ops 6 ampliaram o storytelling, conectando campanhas e multijogador com o ecossistema online.
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O Call of Duty HQ, lançado em 2025, unificou todos os modos em um mesmo hub, fortalecendo a fidelização do jogador.
Com isso, a Activision mantém uma base massiva e engajada, sustentada por conteúdo sazonal e microtransações constantes, enquanto a EA aposta em valor de experiência.
5. Monetização: modelo contra modelo
Os dois jogos representam modelos de negócio distintos, refletindo filosofias opostas:
| Modelo | Battlefield (EA) | Call of Duty (Activision) |
|---|---|---|
| Acesso | Pago (campanha) + gratuito (REDSEC) | Gratuito (Warzone) + pago (campanha) |
| Monetização | Skins, passes de batalha, eventos limitados | Passes sazonais, colaborações, bundles |
| Foco de receita | Engajamento de longo prazo | Volume e recorrência |
| Parcerias | Marcas de tecnologia, hardware, energia | Cultura pop, cinema e collabs virais |
Enquanto a EA busca equilíbrio entre fidelidade e expansão, a Activision investe em massificação e cultura mainstream.
6. Performance técnica e inovação

Em 2026, a diferença técnica entre as franquias está menor do que nunca:
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Battlefield 6 opera em Frostbite Engine 5, com destruição de ambiente em tempo real e física de veículos aprimorada.
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Call of Duty: Warzone 2 usa o IW Engine 9, otimizando texturas e carregamento rápido para consoles e PCs medianos.
Por outro lado, o REDSEC trouxe progressão compartilhada e suporte total a DLSS 3 e Ray Tracing, atraindo o público de PC entusiasta — um diferencial relevante no mercado competitivo.
7. A batalha das comunidades
As comunidades de Battlefield e Call of Duty sempre foram o coração das franquias.
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Battlefield: base leal, crítica, com forte cultura de clãs e realismo militar.
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Call of Duty: gigantesca, global e diversificada — domina streaming e esports.
Em plataformas como Twitch e Kick, Call of Duty segue na frente, mas Battlefield cresce com o impacto do REDSEC e novos criadores focados em conteúdo tático e cinematográfico.
8. A visão para o futuro

O que antes era uma disputa apenas técnica se transformou em duas visões de mercado:
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Battlefield busca imersão e autenticidade.
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Call of Duty persegue acessibilidade e espetáculo.
Ambas evoluíram, mas em direções opostas — e essa diversidade mantém o gênero FPS vivo e relevante.
Com o sucesso de REDSEC e a chegada dos novos capítulos de Black Ops, o público será o verdadeiro vencedor dessa guerra.
9. Conclusão: duas forças que se equilibram
Em 2026, Battlefield e Call of Duty seguem como dois polos complementares do mesmo universo.
Enquanto um oferece profundidade e realismo, o outro entrega velocidade e entretenimento instantâneo.
O sucesso de ambos mostra que há espaço para múltiplas experiências — desde a guerra tática até o caos explosivo.